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Coletivo

Posted in Filosofia, Whatever... by Julio Dias on 06/12/2009

Viver numa cidade grande tem seu bônus e ônus. A facilidade de encontrar praticamente tudo que se precise a qualquer hora não tem preço. Isso é um fato inquestionável. Contudo, em troca disso você paga um preço, que pode ser alto caso você, definitivamente, não esteja disposto a conviver com outrem.

Digo isso, pois em minha vasta convivencia em Transportes Coletivos – leia-se veículos com o dobro de sua capacidade de pessoas expremendo-se como gado – pude ver muitas coisas diferentes. Afinal de contas, como não taxar de “diferente” a experiência de presenciar duas mulheres saindo no tapa, puxando os cabelos uma da outra por causa daquele fatidico empura-empura do ônibus?

Pois é, existem pessoas muito diferentes nesses  meios de transportes; diferentes mesmo. O que me impressiona é observar nesses tempos da tecnologia movel, com aparelhos rechados de Gadgets super “prafrentex” com diversos recursos supimpas como cameras de vídeo, GPS,  reprodutores de .mp3 e whatever, são raras as pessoas que utilizam os mesmos com fones de ouvido; que provavelmente é uma peça opcional, que não acompanha o produto… só poder ser.

Penso que isso seja simplesmente o reflexo do estágio que a humanidade se encontra atualmente; vivemos nos bons tempos do compartilhamento! É a WEB 2.0 invadindo seus ouvidos: todos querem compartilhar em alto e bom som as músicas que mais gostam! Bacana, não?

O mais engraçado desse fenômeno é que nunca escutamos uma músiquinha sequer que gostamos. Mas deixemos essa coisa de funk proibidão para outra hora. O que eu quero registrar nessas linhas caro leitor,  é que caso alguem esteja ouvindo música no celular num volume alto e o Cobrador/Trocador – que supostamente é o arauto da empresa, responsavel por zelar pelo coletivo – chama a atenção dessa “pessoa diferente 2.0” não para pedir-lhe para desligar/abaixar o volume de seu aparelho, mas sim pedir que lhe passe a música via Bluetooth, há algo diferente acontecendo. Sim, não duvide disso.

Poderia citar outras mazelas do cotidiano dos coletivos, como “pessoas diferentes” que insistem em deixar os vidros fechados em dias de chuva, “pessoas diferentes” que não dão preferência a idosos nos acentos reservados e até “pessoas diferentes” com mais idade, que não respeitam quem esta disposto a lhe dar preferência no bendito banco, pois só estavam sentados por estar vago antes de sua chegada, mas alongaria demais esse tópico.

Enfim, são “N” exemplos que poderia descrever,  no entanto, é fácil resumir o que escrevi numa linha só: As “Pessoas diferentes” não são tão diferentes assim; são indiferentes mesmo.